Crematório: Entenda Como Funciona o Processo de Cremação

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cremação tem se tornado uma opção cada vez mais comum para lidar com o falecido. O crematório, local onde ocorre esse processo, tem ganhado destaque como uma alternativa ao sepultamento tradicional. Muitas pessoas buscam entender como é feita a cremação e quanto custa, considerando aspectos como o tempo de cremação e o destino das cinzas. Este método tem causado uma revolução na forma como lidamos com a morte e os rituais fúnebres.

Neste artigo, vamos explorar os detalhes do processo de cremação, desde sua história até os aspectos técnicos do crematório. Abordaremos as etapas envolvidas, incluindo o uso da urna e o tratamento das cinzas de cremação. Além disso, discutiremos como o plano funeral pode incluir essa opção e as considerações importantes para quem está pensando em escolher a cremação como destino final. Ao final, você terá uma compreensão mais clara desse importante tema.

O que é a cremação e sua história

Definição de cremação

A cremação é uma técnica funerária que tem como objetivo reduzir um corpo a cinzas por meio da queima do cadáver. Essa prática deriva da palavra latina ‘cremo’, que significa a queima de um cadáver. O processo moderno de cremação envolve a incineração de um corpo utilizando uma coluna de chamas, a uma temperatura de aproximadamente 1.000 graus Celsius, em um forno alimentado por gás natural ou óleo. Ao final do processo, restam apenas os ossos e as cinzas de cremação.

Origens históricas

As origens da cremação remontam a tempos muito antigos, sendo uma das práticas funerárias mais antigas da humanidade. Embora não haja consenso sobre o início exato dessa prática, existem evidências de que pessoas foram cremadas na China até mesmo em 8.000 a.C.. No entanto, a maioria dos especialistas conclui que a cremação se tornou proeminente por volta de 3.000 a.C., durante a Idade da Pedra Lascada.

Descobertas arqueológicas recentes apontam para cremações ainda mais antigas. As cremações mais antigas conhecidas até o momento são:

  1. A cremação de um homem junto ao lago Mungo, na Austrália, estimada em cerca de 60.000 anos atrás.
  2. A cremação da Senhora de Mungo, também em Nova Gales do Sul, junto ao lago Mungo, calculada em aproximadamente 25.000 anos atrás.

Acredita-se que a prática tenha se iniciado na Europa e no Oriente Próximo, espalhando-se posteriormente para a Europa Setentrional no período da Idade da Pedra Polida. Durante a Idade do Bronze, o processo de cremação se expandiu para regiões como Espanha, Hungria, Itália, Portugal e Irlanda.

Cremação em diferentes culturas

A cremação desempenhou papéis diversos em diferentes culturas ao longo da história. Na Grécia antiga, por volta de 1.000 a.C., a cremação era vista como uma forma de homenagem honrosa, sendo destinada principalmente a soldados de guerra e membros da nobreza. Os romanos, influenciados pelos gregos, adotaram essa prática por volta do ano 750 a.C., tornando-a um costume.

No Japão, a cremação foi introduzida com a chegada do budismo em 552 d.C., importado da China. A falta de espaço para sepultamentos no país contribuiu significativamente para a adoção dessa prática. Inicialmente aceita pela aristocracia, a cremação logo se popularizou entre o povo japonês.

Em algumas sociedades, a cremação era considerada uma prática corriqueira e fazia parte do cotidiano da população, sendo vista como uma medida prática e higiênica. No entanto, a aceitação da cremação variou consideravelmente entre diferentes religiões e culturas:

  • O budismo e o hinduísmo consideram a cremação uma prática obrigatória, acreditando que o fogo auxilia na purificação e libertação da alma do corpo.
  • A Igreja Católica Romana se opôs à cremação até o século 20, relativizando sua posição apenas em 1963.
  • A Igreja Anglicana recomenda a cremação desde 1944, em parte como resposta ao grande número de mortos na Segunda Guerra Mundial.
  • O islamismo, o candomblé e o judaísmo não permitem a cremação, acreditando que o corpo deve retornar à terra.

No Brasil, a cremação tem ganhado espaço nos últimos anos, embora ainda seja menos comum em comparação com outros países. Segundo dados do Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep), entre 7% e 8% dos mortos são cremados no país. Em contraste, países como China e Japão chegam a quase 100% de corpos cremados, enquanto a Colômbia apresenta uma taxa de cremação de 75%.

O primeiro crematório brasileiro surgiu em São Paulo na década de 1970, refletindo a predominância do catolicismo no país e a histórica resistência da Igreja Católica à prática. Desde então, o número de crematórios tem crescido significativamente. Em 2013, havia 32 crematórios em funcionamento no Brasil, número que saltou para 132 em 2017, representando um crescimento de 312%.

Etapas do processo de cremação

processo de cremação é uma sequência de etapas cuidadosamente planejadas para garantir uma despedida respeitosa e eficiente. Cada fase tem sua importância e contribui para o resultado final. Vamos explorar detalhadamente cada uma dessas etapas.

Preparação do corpo

A preparação do corpo é o primeiro passo crucial no processo de cremação. Após o falecimento, o corpo é mantido em uma câmara fria a uma temperatura de 4ºC até o momento da cremação. Essa etapa é essencial para preservar o corpo e pode durar até 30 dias, dependendo da necessidade de documentação ou da demanda do crematório.

Antes da cremação, é realizada uma verificação importante: um profissional passa um detector de metais portátil na altura do peito do cadáver. Esse procedimento tem como objetivo identificar a presença de marcapassos ou outros dispositivos metálicos, que podem explodir devido às altas temperaturas do incinerador, comprometendo a segurança dos funcionários. Caso seja detectado algum dispositivo, o peito do cadáver é aberto para a retirada do artefato.

Cerimônia de despedida

A cerimônia de despedida é um momento significativo para familiares e amigos se despedirem do ente querido. O corpo é colocado em um caixão sobre uma estrutura chamada catafalco, permitindo que as pessoas prestem suas últimas homenagens . A duração da cerimônia pode variar, mas geralmente inclui uma última homenagem de até 15 minutos com o caixão fechado .

Durante a cerimônia, podem ser realizadas diversas homenagens, como discursos sobre a história e o propósito de vida da pessoa falecida, orações de acordo com suas crenças, distribuição de flores ou velas, exibição de vídeos ou músicas, e até mesmo gestos simbólicos como chuva de pétalas ou soltura de balões. Um coordenador ou assistente do crematório geralmente conduz a cerimônia, lendo textos escolhidos pela família e apresentando vídeos e fotos em um telão.

Processo de incineração

Após a cerimônia, inicia-se o processo de incineração propriamente dito. O corpo é transferido para a sala do forno crematório . Antes da cremação, são removidos todos os objetos pessoais, joias e dispositivos médicos do corpo . O caixão é então inserido na câmara de cremação, que é pré-aquecida a aproximadamente 600 graus Celsius .

Uma vez fechada a porta da câmara, o corpo é exposto a uma coluna de chamas intensas, com temperaturas que podem variar de 850°C a 1.200°C . O processo de cremação em si pode durar de 1 hora e meia a 3 horas, dependendo das características do corpo. Durante esse período, o calor seca o corpo, queima e vaporiza os tecidos moles e músculos, e por fim, calcifica os ossos .

Recolhimento e processamento das cinzas

Ao término da incineração, o que resta na câmara de cremação são cinzas e fragmentos de ossos. Esses restos passam por um processo de resfriamento antes de serem manipulados . Em seguida, os fragmentos ósseos são triturados em um processador de cinzas, uma máquina que os transforma em um pó fino e uniforme. Esse processo final de trituração geralmente leva cerca de 20 minutos .

O resultado final é uma substância com textura e cor semelhantes à areia fina . As cinzas resultantes podem pesar entre 1 a 3 kg, dependendo das dimensões e características do corpo cremado. Após o processamento, as cinzas são colocadas em uma urna, que pode ser feita de diferentes materiais.

É importante notar que as cinzas de cremação são, na verdade, fragmentos ósseos pulverizados. Elas são compostas principalmente de carbonatos e fosfatos de cálcio, elementos que contribuem para a força e formação dos ossos e que sobrevivem às altas temperaturas da cremação. As cinzas são entregues à família somente após 24 horas do processo de cremação.

Aspectos técnicos do crematório

Estrutura do forno crematório

O forno crematório é uma estrutura complexa, projetada especificamente para o processo de cremação. Ele é composto por duas câmaras principais: a câmara primária e a câmara secundária. A câmara primária é o espaço reservado para o caixão, enquanto a secundária tem a função de requeimar os gases provenientes da combustão. Ambas as câmaras são revestidas com tijolos refratários, que suportam as altas temperaturas do processo.

O forno possui uma porta com abertura automática, onde a urna é colocada. É importante ressaltar que cada corpo é incinerado individualmente para evitar o contato com restos mortais de terceiros 5. Após a cremação, as cinzas são recolhidas por uma abertura no forno.

Temperaturas e duração do processo

O processo de cremação envolve temperaturas extremamente elevadas. A câmara primária só é acionada quando a secundária atinge 500°C. Durante a cremação, o corpo é submetido a temperaturas que variam de 850°C a 1.200°C. Alguns crematórios podem atingir temperaturas ainda mais altas, chegando a 1.300°C a 1.500°C.

A duração do processo de cremação pode variar de acordo com as características do corpo. Em geral, o processo leva de 2 a 3 horas. Durante esse período, o calor intenso reduz o corpo a cinzas e fragmentos ósseos.

É importante notar que o processo de cremação só pode ser iniciado após 24 horas do óbito. Antes da cremação, o corpo é armazenado em uma câmara fria por no mínimo 24 horas.

Sistemas de filtragem e controle ambiental

Os crematórios modernos são equipados com sistemas avançados de filtragem e controle ambiental para minimizar o impacto no meio ambiente. Esses sistemas são projetados para reduzir a emissão de poluentes e garantir que o processo seja o mais ecológico possível.

  1. Controle de emissões: Os crematórios são obrigados a manter um controle constante da temperatura, pressão, oxigênio e emissão de gás carbônico . A legislação ambiental relacionada à prática da cremação é mais rigorosa em comparação com o controle das emissões geradas no sepultamento.
  2. Redução de partículas: O sistema de filtragem é altamente eficiente. Para se ter uma ideia, um crematório emite apenas 20 partículas de gás carbônico por milhão, enquanto a lei permite até 80 .
  3. Tratamento de gases: Os gases produzidos durante a cremação descem até a câmara secundária através de uma passagem que os força para baixo. Após passarem pela câmara inferior, a fumaça sai pela chaminé isenta de cor, cheiro e agentes poluentes.
  4. Impacto ambiental reduzido: A utilização de filtros no processo crematório dispersa concentrações de gases e reduz a emissão de dióxido de carbono, principal gás responsável por poluir o planeta. Além disso, o processo de cremação não gera nenhum tipo de resíduo que possa contaminar o solo por um longo período ou penetrar nos lençóis freáticos, poluindo poços artesianos e rios.

Após o processo de cremação, as cinzas passam por um tratamento final. Elas são resfriadas e, em seguida, passam por um ímã para recolher eventuais metais. Por fim, são trituradas para que o tamanho dos grãos fique uniforme. As cinzas de um adulto geralmente pesam entre 1 kg e 3 kg .

Conclusão

cremação tem causado uma revolução na forma como lidamos com a morte e os rituais fúnebres. Este artigo explorou os detalhes do processo, desde sua história antiga até os aspectos técnicos modernos dos crematórios. Aprendemos sobre as etapas envolvidas, incluindo a preparação do corpo, a cerimônia de despedida e o tratamento das cinzas. Também vimos como os crematórios modernos usam tecnologia avançada para minimizar o impacto ambiental.

Para quem está pensando em escolher a cremação, é importante considerar todos os aspectos discutidos. Desde questões culturais e religiosas até preocupações ambientais e econômicas, cada fator tem um papel na decisão. Vale lembrar que todos os planos da Ciclo Assist têm cobertura para cremação, oferecendo mais uma opção para quem busca planejar o futuro. No final, a escolha entre cremação e sepultamento tradicional é pessoal, mas agora você tem mais informações para tomar essa decisão.

FAQs

  1. O que ocorre com o corpo durante a cremação?

    Após a cerimônia fúnebre, remove-se do corpo quaisquer joias, dispositivos médicos ou membros artificiais. O corpo é então levado para a sala do forno crematório, onde é exposto a temperaturas entre 850 °C e 1.200 °C. Este processo de queima dura, em média, de 2 a 5 horas.
  2. O caixão é cremado junto com o corpo?

    Sim, o caixão é cremado junto com o corpo. Após ser retirado da câmara fria, o corpo e o caixão são colocados no forno crematório. Antes disso, são retirados do caixão todos os metais, vidros e alças.
  3. O que acontece com os dentes após a cremação do corpo?

    Após a cremação, restam alguns fragmentos ósseos que são posteriormente triturados no processo de moagem, formando as cinzas. Estas possuem uma aparência semelhante à de areia grossa e de cor esbranquiçada.

4. Por que é necessário esperar 24 horas antes de cremar um corpo?

Esse período de espera de 24 horas é considerado necessário para que a alma se desvincule do corpo, segundo algumas tradições. Para os judeus, acredita-se que a alma se separa lentamente do corpo durante a decomposição, portanto o corpo não deve ser destruído rapidamente. Já para católicos, evangélicos e protestantes, não existem regras estritas quanto a esse tempo de espera.

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