O Que é Cremação: Guia Definitivo Com Tudo Que Você Precisa Saber

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Você sabia que o número de cremações no Brasil cresceu mais de 300% na última década? A pergunta “o que é cremação” tornou-se cada vez mais comum entre as famílias brasileiras que buscam alternativas aos métodos tradicionais de despedida.

Entretanto, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre o processo, os custos e as exigências legais envolvidas. Além disso, existe uma série de mitos e informações incorretas circulando sobre este método.

Portanto, preparamos este guia completo para esclarecer todas as suas dúvidas sobre cremação. Desde o processo básico até as questões legais e financeiras, você encontrará aqui informações claras e confiáveis para tomar uma decisão consciente sobre este importante assunto.

O que é cremação e como ela funciona

A cremação é uma técnica funerária milenar que consiste na redução do corpo a cinzas por meio de altas temperaturas. Este método, praticado por diversas civilizações desde 1.000 A.C., como os gregos e posteriormente os romanos, representa uma alternativa ao sepultamento tradicional e oferece menor impacto ambiental.

O processo de cremação ocorre em fornos crematórios especialmente desenvolvidos para essa finalidade. Nestes equipamentos, o corpo é submetido a temperaturas extremamente elevadas, entre 850°C e 1.200°C. Durante esse procedimento, que leva em média de 1,5 a 3 horas para ser concluído, o corpo passa por uma transformação completa, resultando em cinzas e fragmentos ósseos.

Primeiramente, antes da cremação propriamente dita, o corpo é armazenado em uma câmara fria por no mínimo 24 horas após o óbito, conforme exige a legislação brasileira. Além disso, para garantir a integridade do processo, cada corpo é incinerado individualmente, evitando qualquer tipo de contato com restos mortais de terceiros.

Após o processo de incineração, o que sobra na câmara são cinzas e fragmentos de ossos. Estes restos ósseos passam por um procedimento de resfriamento e, em seguida, são processados em um equipamento semelhante a um moinho, que os transforma em um pó fino e uniforme. O peso final das cinzas pode variar entre 1 a 3 kg, dependendo das dimensões e características do corpo cremado.

No Brasil, a prática da cremação começou oficialmente em meados dos anos 70, quando o primeiro crematório foi fundado em São Paulo. De fato, o crematório municipal de Vila Alpina, inaugurado em 1974, foi o pioneiro não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina. Atualmente, essa técnica funerária tem se popularizado, com aproximadamente 5% dos brasileiros optando por este método.

Diferença entre cremação tradicional e direta

Existem diferentes modalidades de cremação disponíveis, cada uma adequada a necessidades e preferências específicas. A cremação tradicional, geralmente a mais onerosa, inclui todos os rituais funerários convencionais. Este tipo envolve o velório com exibição do corpo, o uso de caixão e o processo de embalsamamento, seguido pela incineração.

Por outro lado, a cremação memorial assemelha-se bastante à tradicional, porém com uma diferença importante: não inclui o velório com a exibição do corpo no caixão. Nesta modalidade, o corpo passa pelo processo incinerador para, posteriormente, ser realizada uma cerimônia memorial em homenagem ao falecido.

Já a cremação direta distingue-se como a opção mais acessível financeiramente. Este tipo envolve apenas o processo crematório logo após a constatação do óbito, sem custos adicionais relacionados ao velório, caixão, hospedagem do corpo ou cerimônias póstumas. Essa alternativa é ideal para famílias que desejam evitar despesas extras e preferem uma abordagem mais prática.

Quanto às exigências legais, a cremação no Brasil requer que a pessoa tenha registrado em cartório o desejo de ser cremada ou, alternativamente, que o parente mais próximo solicite o serviço. Para a realização do procedimento, os familiares responsáveis devem apresentar a certidão de óbito e uma permissão emitida pelo médico legista .

A disposição final das cinzas é livre, podendo ser conservadas em jazigos, entregues a um depositário ou espalhadas em locais significativos para o falecido. Algumas pessoas optam por espalhar as cinzas em um local especial ou utilizá-las com finalidade ecológica, como no plantio de árvores através de bio urnas.

Etapas do processo de cremação

O processo de cremação segue uma série de etapas meticulosamente controladas para garantir que tudo ocorra de maneira respeitosa e eficiente. Desde a preparação inicial até a entrega final das cinzas à família, cada passo é realizado com atenção aos detalhes técnicos e ao significado emocional envolvido.

O primeiro passo após a decisão pela cremação é a preparação adequada do corpo. De acordo com a legislação brasileira, o corpo deve ser mantido em uma câmara fria a aproximadamente 4°C por, no mínimo, 24 horas após o óbito antes de ser cremado. Durante esse período, que pode se estender até 30 dias dependendo da demanda do crematório ou da necessidade de documentação, o corpo é conservado adequadamente.

Antes da cremação propriamente dita, um técnico passa um detector de metais na altura do peito do falecido. Este procedimento é fundamental, pois identifica a presença de marcapassos ou outros dispositivos metálicos que poderiam explodir devido às altas temperaturas, comprometendo a segurança dos funcionários e o equipamento. Caso seja detectado um marcapasso, o peito do cadáver é aberto para sua remoção.

Além disso, todos os objetos metálicos, joias, próteses e dispositivos médicos são retirados tanto do corpo quanto do caixão. As alças metálicas laterais do caixão também são removidas, deixando apenas a estrutura essencial para a cremação.

Colocação no forno e incineração

Após a preparação, o corpo é transportado para o forno crematório, ainda com suas roupas e dentro do caixão. A câmara de cremação (também chamada de retorta) é previamente aquecida antes que um único caixão seja posicionado para a cremação.

Durante o processo, o corpo é submetido a temperaturas extremamente elevadas, variando entre 850°C e 1.200°C. A duração da cremação depende principalmente do tamanho e peso do falecido, geralmente levando entre 1,5 a 3 horas para ser concluída. Para um adulto de tamanho médio, o processo pode se estender até 5 horas em alguns casos.

É importante destacar que os gases gerados pela combustão são direcionados para outra região do forno, onde são queimados novamente para evitar contaminação ambiental. Somente depois desse processo secundário os gases são liberados pelas chaminés.

Resfriamento e moagem dos restos

Ao final da incineração, como o corpo humano é constituído principalmente por água, ocorre uma desidratação completa, restando apenas fragmentos ósseos e algumas cinzas no fundo da câmara. Estes restos são então deixados para esfriar por aproximadamente uma hora.

Posteriormente, os fragmentos ósseos passam por um equipamento chamado cremulador ou moinho. Este dispositivo, semelhante a um liquidificador industrial, tritura os ossos com bolas de metal, transformando-os em um pó fino e uniforme. Este processo geralmente leva cerca de 20 minutos para ser concluído.

Transferência das cinzas para a urna

O pó resultante da moagem é unido às poucas cinzas restantes do forno, formando as cinzas finais que serão entregues à família. Este material tem aparência semelhante a uma areia fina e esbranquiçada, pesando entre 1 a 3 kg, dependendo das características e dimensões do corpo cremado.

Após a coleta, as cinzas são cuidadosamente colocadas em um recipiente apropriado, que pode ter sido escolhido previamente pela família. O recipiente é devidamente identificado para evitar confusões. As cinzas são entregues à família somente após 24 horas do processo de cremação, geralmente alguns dias ou semanas depois do procedimento, na data combinada previamente com o crematório.

Portanto, o processo completo, desde a preparação inicial até a entrega final das cinzas, envolve diversas etapas técnicas cuidadosamente executadas para garantir que a despedida ocorra com dignidade e respeito ao falecido e seus familiares.

Documentos e exigências legais

No Brasil, a cremação é regulamentada pela Lei Federal nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, que estabelece diretrizes e exigências legais para o procedimento. Para realizar a cremação, é necessário atender a requisitos específicos e apresentar documentos que variam conforme as circunstâncias do falecimento.

A forma mais segura de garantir a cremação após a morte é deixar uma Declaração de Vontade em vida, documento que deve ser escrito, assinado e reconhecido em cartório. No entanto, na ausência dessa declaração formal, a decisão ficará sob responsabilidade dos familiares de primeiro grau.

Quando o falecido possui parentes diretos, a autorização segue uma ordem hierárquica específica:

Cônjuge

Filhos ou descendentes maiores de idade (todos devem assinar)

Pais ou ascendentes (se o falecido não tiver cônjuge nem filhos)

Irmãos (todos devem assinar, na ausência dos anteriores)

O familiar responsável precisa assinar um termo de autorização para cremação com duas testemunhas e apresentar documentos de identificação própria e do falecido. Além disso, é necessário ter firma reconhecida em cartório.

Atestado de óbito e documentos pessoais

Independentemente da causa da morte, alguns documentos são fundamentais para o processo de cremação. O atestado de óbito deve ser firmado por dois médicos ou um médico legista. Além disso, é obrigatório apresentar:

Cópia do RG e CPF do falecido

Cópia da certidão de nascimento ou casamento do falecido

Cópia do RG e CPF do familiar que autoriza o procedimento

Conforme determina a legislação, a cremação só pode ser iniciada 24 horas após o registro oficial da morte. Este prazo é essencial para garantir a conclusão de todos os procedimentos legais necessários.

Casos que exigem autorização judicial

Em circunstâncias específicas, a cremação exige autorização da justiça. Primeiramente, quando ocorre morte violenta (homicídio, suicídio, acidente ou causa indeterminada), é necessária uma ordem judicial expressa. De acordo com a jurisprudência brasileira, nesses casos o corpo deve ser previamente analisado pela polícia e pelo Instituto Médico Legal (IML).

Para mortes violentas, além dos documentos básicos, são exigidos:

Boletim de ocorrência

Atestado de óbito assinado por médico legista

Autorização judicial com declaração do delegado responsável pelo inquérito

Aprovação do IML comprovando que não há oposição à cremação

Outra situação que requer autorização judicial ocorre quando o falecido não possui parentes de primeiro grau. Neste caso, parentes de segundo grau devem solicitar formalmente a permissão ao Poder Judiciário. Este pedido deve ser apresentado como petição judicial, recolhendo custas e seguindo o processo de peticionamento eletrônico.

Embora o processo exija rigor na documentação, o trâmite judicial para autorização de cremação geralmente é rápido, com decisões proferidas em muitos casos no mesmo dia. A decisão judicial vale como alvará, dispensando a necessidade de expedição de documento adicional.

Custos e opções de economia

Ao planejar um funeral, o aspecto financeiro torna-se uma consideração importante para muitas famílias. Entender os custos envolvidos na cremação ajuda na tomada de decisões durante um momento emocionalmente desafiador.

No Brasil, o custo da cremação apresenta variações significativas. Os valores médios oscilam entre R$ 4.999,00 a R$ 37.690,00, dependendo da região e dos serviços incluídos. Em São Paulo, por exemplo, a cremação custa aproximadamente R$ 5.219,00 em Guarulhos e R$ 8.699,00 em Santos. Já na região de Curitiba, o procedimento tem preço médio de R$ 2.610,00.

Nas grandes cidades, os preços variam entre R$ 17.400,00 e R$ 34.790,00, enquanto em cidades médias esse valor fica entre R$ 11.600,00 e R$ 23.200,00. No interior e regiões menos populosas, é possível encontrar opções entre R$ 8.700,00 e R$ 17.400,00.

Fatores que influenciam o custo

Diversos elementos impactam o preço final da cremação:

Localização geográfica: grandes centros urbanos geralmente apresentam valores mais elevados

Tipo de serviço escolhido: cremação tradicional versus direta

Cerimônia funeral: velório, flores e duração da cerimônia

Urna cinerária: o material e design influenciam significativamente no preço

Serviços adicionais: preparação do corpo, cerimônias e transporte

Apesar de utilizar equipamentos e tecnologia avançada, a cremação geralmente apresenta custos mais acessíveis quando comparada ao sepultamento tradicional. Um dos principais motivos é a eliminação de despesas a longo prazo, como manutenção do jazigo, reforma do túmulo e procedimento de exumação após três a cinco anos.

Como economizar com cremação direta

A cremação direta representa a opção mais econômica disponível. Este procedimento elimina custos com velório, cerimônias elaboradas e outros serviços adicionais. Algumas estratégias para reduzir despesas incluem:

Primeiramente, optar por crematórios públicos ou municipais, que geralmente cobram taxas menores que os particulares. Além disso, escolher urnas simples de materiais econômicos reduz significativamente o custo final.

Outra alternativa é contratar um plano funerário, onde o valor mensal cobre a maioria dos gastos com o processo, desde documentação até entrega das cinzas. Esta opção evita o pagamento integral de uma só vez, aliviando o impacto financeiro.

O que acontece após a cremação

Após o processamento dos restos mortais, inicia-se a etapa final do processo de cremação – a entrega das cinzas e as decisões sobre seu destino. Este momento marca uma transição importante para os familiares que precisam decidir como preservar a memória do ente querido.

Primeiramente, as cinzas resultantes da cremação só são entregues aos familiares em 24 horas, após todo o processo estar concluído. Deste procedimento resultam as cinzas e alguns fragmentos ósseos que passaram pelo processo de resfriamento e moagem. A família recebe as cinzas na data previamente combinada com o crematório, geralmente acondicionadas em uma urna apropriada para seu transporte.

Opções de destino: columbário, natureza, joias

Após receber as cinzas, a família tem diversas opções para seu destino final:

Columbário: Espaços específicos em cemitérios destinados à guarda de urnas com cinzas, permitindo visitas e orações.

Natureza: Muitos optam por espalhar as cinzas em locais significativos como praias, rios, jardins ou parques, devolvendo o ente querido à natureza.

Urnas ecológicas: Alternativas sustentáveis que permitem plantar uma árvore junto com as cinzas, criando um legado verde.

Joias e arte: É possível transformar parte das cinzas em joias como colares, anéis ou pingentes, e até mesmo incorporá-las em obras de arte.

Residência: Algumas famílias preferem manter a urna em casa, em um local especial dedicado à memória do falecido.

Cuidados com transporte e armazenamento

O transporte de cinzas exige alguns cuidados específicos. Para viagens aéreas, as companhias geralmente permitem o transporte na bagagem de mão ou despachada, mas é necessário apresentar documentos como o certificado de cremação e atestado de óbito. Além disso, as autoridades brasileiras exigem que as cinzas sejam transportadas em urna impermeável e lacrada.

Para o armazenamento adequado, as cinzas podem ser acondicionadas em recipientes de diversos materiais como madeira, metal, cerâmica ou pedra. A escolha do recipiente deve considerar o destino final das cinzas e as preferências pessoais da família.

Independentemente da opção escolhida, o mais importante é que a memória seja preservada de forma respeitosa e significativa para todos os envolvidos.

Conclusão

A cremação representa uma alternativa cada vez mais aceita e procurada pelas famílias brasileiras. Este método combina praticidade, economia e respeito ao meio ambiente, além de oferecer diversas possibilidades para preservar a memória dos entes queridos.

Certamente, a decisão sobre qual método funerário escolher é bastante pessoal. Portanto, conhecer detalhadamente o processo, as exigências legais e os custos envolvidos ajuda as famílias a tomarem decisões mais conscientes durante momentos difíceis.

As cinzas podem ganhar diferentes destinos, desde columbários até transformação em joias ou árvores, permitindo que cada família encontre sua maneira única de manter viva a memória de quem partiu. Assim, a cremação se estabelece como uma opção digna e respeitosa para a despedida final.

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